33% do plástico consumido no Brasil pode ir para os oceanos

A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas foi lançado pelo secretário-geral, António Guterres, o evento promove uma série de soluções destinadas à ação global para os oceanos
Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico | WWF Brasil

Em entrevista à CNN, a coordenadora do projeto Blue Keepers, Gabriela Otero, deu detalhes sobre um estudo que analisou a poluição dos oceanos devido ao mau descarte de plástico.

“Como foi apresentado aqui em Lisboa, um terço do plástico consumido no país corre o risco de parar na natureza, uma vez descartado.”

Ela ainda afirmou que mais de 3 milhões de toneladas de plástico podem parar no mar anualmente e aponta que cada brasileiro pode ser responsável por 16kg por ano.

De acordo com a coordenadora, o Blue Keepers atua para instrumentalizar ações de prevenção para que o lixo não chegue até o oceano, usando a ciência para identificar pontos da poluição crônica.

Ela explicou que a fase diagnóstica já foi finalizada e agora traça os próximos passos do trabalho: “Sabemos quais são os pontos críticos de plástico disponível no ambiente com risco de parar no oceano e passamos a inaugurar a fase da ação.”

10 cidades brasileiras receberão as equipes do Blue Keepers: Aracaju, Baixada Santista, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória.

“Vamos identificar o tipo de material que chega na beira da praia, em rios, manguezal, e isso ajuda a pensar estratégias locais de cada municipalidade, mas o planejamento é de pensar soluções para gestão de resíduos e também pensar em circularidade, será que é o caso de redesenhar um produto ou substituir materiais”, explicou Otero.
Mar de plástico ameaça a vida marinha - Folha PETambém à CNN, Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo que participa da Cúpula, diz que há uma “tendência de degradação do oceano nas mais variadas frentes, atacados por diferentes poluentes.”

A degradação do oceano leva a consequências como mudanças ambientais que desencadeiam eventos extremos, como os furacões.

“No evento, temos a oportunidade para entender o que vem sendo feito, analisar e tentar corrigir rumos, mas principalmente ganhar impulso, com conexões entre setores em nível nacional e internacional por soluções”, disse Turra.

O professor avalia que nós não estamos cuidando bem da situação dos oceanos no Brasil.

“Temos essa sensação de que a qualidade do mar está piorando, acumulando lixo, temos menos peixes, e não estamos desenvolvendo o potencial de trazer benefícios dos oceanos, regular o clima e proteger biodiversidade, além de combater a fome e dinamizar a bioeconomia”.

Fonte: CNN

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