Absorventes ecológicos: o que são e por que usar
Você sabe qual o impacto ambiental do seu absorvente descartável? Conheça a influência dele para o seu corpo e para o planeta.
Em um primeiro momento falar em absorventes de tecido pode parecer uma conversa sobre o passado, mas na verdade esse é um convite para reflexão sobre o impacto futuro dos nossos hábitos de consumo de agora.
Conheça a proporção do impacto dos absorventes descartáveis no Brasil e as opções disponíveis atualmente para substituí-los.
Impactos ambientais gerados pelos absorventes descartáveis
Assim como as fraldas para bebês, o absorvente íntimo é feito basicamente de polietileno, propileno, adesivo termoplásticos, papel siliconado, polímero superabsorvente e um agente controlador de odor.
Já os absorventes internos, também conhecidos como tampões, são constituídos por algodão, mas têm também rayon (seda artificial), poliéster, polietileno, polipropileno e fibras.
Apesar de o algodão ser um material natural, no geral 90% dos absorventes é plástico – aquela famosa substância que demora de 100 a 400 anos para se dissolver no planeta.
Segundo dados do Instituto Akatu, cada pessoa brasileira que menstrua joga, em média, 3 kg de absorvente no lixo por ano. Levando em conta que uma mulher ou homem trans tem um ciclo menstrual dos 11 aos 54 anos, em toda a sua vida essa pessoa gerará cerca 130 quilos de lixo só de absorventes.
Diante desses números, e considerando também que mais da metade da população brasileira menstrua, é urgente testar alternativas, concorda?
E quais são as opções de absorventes ecológicos disponíveis?
Atualmente são quatro os tipos de absorventes ecológicos mais comumente utilizados no Brasil:
- Absorventes de pano
- calcinhas absorventes
- Copinho
- Disco coletor
- Absorvente descartável orgânico e biodegradável
Cada um com as suas características, mas todos com um objetivo em comum: oferecer uma alternativa segura para a saúde da pessoa que menstrua e que reduza o impacto ambiental.
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Benefícios dos absorventes ecológicos
Gerar menos lixo não é a única vantagem dos absorventes ecológicos. Eles foram desenvolvidos também pensando na preservação da saúde da mulher e em garantir naturalidade e conforto, sem o risco de alergias, entre outros problemas.
Chamada de dermatite de contato, a alergia ao absorvente descartável pode ser causada devido a uma combinação perigosa: calor, umidade e atrito na região. As altas temperaturas e o ambiente úmido provocados pelo absorvente contribuem para a proliferação de fungos e bactérias.
Algumas pessoas também podem ter reações alérgicas devido ao material do próprio absorvente ou alguma substância química presente nele.
Então, além de serem melhores para o meio ambiente, os absorventes ecológicos são melhores para sua pele e para a saúde da área íntima.
Quer ainda mais benefícios? Por serem reutilizáveis por um período entre 2 e 5 anos, dependendo do tipo de absorvente ecológico escolhido, eles geram ainda uma economia muito significativa a longo prazo.
Absorventes ecológicos para combater a pobreza menstrual
Pobreza menstrual é um termo usado para designar a falta de condições de realização da higiene menstrual de forma adequada.
Além da ausência de itens básicos como absorventes, o tema abrange também a falta de acesso à infraestrutura e serviços de saneamento básico e a falta de informações e conhecimento a respeito da menstruação.
Por falta de acesso, meninas, mulheres e homens trans usam panos, jornais, papel higiênico e até miolo de pão como alternativa.
A pobreza menstrual afeta, no Brasil, 28% das pessoas de baixa renda na faixa etária entre os 14 e os 45 anos, o equivalente a 11,3 milhões de habitantes. Uma parcela de 40% dessas mulheres se encontra na faixa etária entre os 14 e os 24 anos.
Essa questão é, inclusive, uma das causadoras da evasão escolar de jovens na faixa etária dos 13 aos 19 anos, que são as mais atingidas pela pobreza menstrual.
O tema é tão sério que desde 2014 a Organização das Nações Unidas (ONU) trata a pobreza menstrual como uma questão tanto de saúde pública quanto de direitos humanos.
Entre as possíveis soluções para essa situação está o desenvolvimento de políticas públicas que garantam o fornecimento de itens de higiene menstrual e de saneamento básico para as pessoas em situação de pobreza, bem como a criação de projetos sociais voltados à arrecadação e distribuição de produtos de higiene menstrual.
E, claro, os absorventes reutilizáveis se apresentam como uma das alternativas mais econômicas em uma visão a longo prazo para reverter esse cenário.
Fontes: ONU, eCycle, Recicla Sampa, O Globo, Korui.
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Por Livia Maturana. Uma jornalista vegana que acredita no poder transformador de cada ato de consumo.