Desmatamento na Amazônia em 2020: uma pandemia brasileira

Fonte: Victor Moriyama/Greenpeace

O desmatamento na Amazônia sempre foi um assunto caro aos brasileiros.

Há anos em que o debate sobre a preservação da floresta e de sua biodiversidade têm estado em pauta na sociedade civil, no campo político e inclusive, mais recentemente, no âmbito econômico.

Em 2020, paralelamente ao avanço da pandemia no Brasil, têm crescido também o desmatamento na Amazônia.

Segundo dados de órgãos fiscalizadores, como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as taxas de desmatamento na maior floresta tropical do mundo tem aumentado consideravelmente nos últimos meses: entre janeiro e maio deste ano, foram desmatados 2032 km², uma área equivalente a 1,3 vezes a cidade de São Paulo.

O aumento foi de 34% em relação a devastação no mesmo período do ano passado e 49% acima da média histórica, entre os anos de 2016 e 2019.

Fonte: Mayke Toscano/Gcom-MT

A importância da preservação amazônica são diversas e interferem em questões sociais, econômicas e biológicas para o Brasil e para o mundo.

Por exemplo, ela é responsável por abrigar mais da metade da biodiversidade do planeta, além de ser uma grande retentora de gás carbônico, os quais, são liberados na atmosfera quando as florestas são desmatadas, agravando o efeito estufa, e consequentemente, o aquecimento global.

Além disso, a Amazônia Legal abriga diversas comunidades indígenas que dependem da floresta para cultivar seus modos de vida e tradições.

No âmbito econômico, o extrativismo, a agricultura familiar e o ecoturismo são importantes atividade na geração empregos e renda para as populações locais.

Os índices apontam para um aumento do desmatamentos ao longo dos próximos meses e portanto ameaçando cada vez mais os as serviços e as potencialidades que a floresta nos oferece, como mostra os dados da Imazon que indicaram que no primeiro semestre de 2020 houve um aumento de 24% no desmatamento em comparação ao primeiro semestre de 2019.

Até Julho de 2020 foram devastados cerca de 2544 km², o segundo maior valor acumulado em um semestre desde 2010.

As devastações inclusive tem afastados investidores internacionais do Brasil por não tolerarem uma política ambiental frouxa.

Fonte: Araquém Alcântara

As razões para esse aumento descontrolado são variadas, porém a maioria delas possuem bases políticas. As multas por desmatamento ilegal desde outubro de 2019, foram basicamente suspensas devido a um decreto do Presidente Jair Bolsonaro, segundo a ONG Human Rights Watch.

A medida estabelece que as punições devem ser revistas em audiências de conciliação, nas quais podem ser oferecidos descontos ou até anulação da infração.

Além disso, podemos lembrar da fala de Ricardo Salles em “passar a boiada” em regulamentações legais enquanto a mídia estava preocupada cobrindo a pandemia do novo coronavírus.

O ministro do Meio Ambiente têm realizado diversas alterações administrativas que influenciam diretamente na preservação da floresta. Em fevereiro deste ano, o ministério demitiu duas autoridades de alto escalão do ICMBio (Instituto Chico Mendes da Conservação de Biodiversidade) que atuavam no combate às mudanças climáticas.

Além do ICMBio, houve exonerações dentro do IBAMA de fiscais de operações contra crimes ambientais.

 

Fontes: G1, UOL, IPAM

 

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